31. Festa e Surpresas
A festa se seguiu calma e com demasiada cordialidade em relação aos lobos e aos vampiros.
Já havíamos recebido alguns hospedes que chamamos para a “batalha” entre nós e os Volturi.
Não deveria ser nada fácil para eles ficarem com os humanos. Então, eu realmente esperava que ninguém se cortasse.
Eu ainda me sentia um pouco nauseada pelo nervosismo.
Estava casada! Céus, nunca poderia imaginar que eu me casaria um dia, entretanto aqui estava eu, casada.
— Hora da valsa. – sussurrou Jake em meu ouvido.
Agora sim, eu estava ferrada. Nunca fui de valsar, eu gostava de músicas, digamos, mais agitadas. Provavelmente eu torceria meu tornozelo dançando com aqueles saltos e com aquele ritmo de música.
Mas, mesmo assim segui Jacob até a pista de dança que minha tia Alice havia montado.
Meu jovem marido parecia que entendia o que eu estava pensando, pois deu um sorriso malicioso quando a música começou.
Para minha completa perplexidade meu corpo sabia todos os movimentos da valsa, sendo assim não tive maiores problemas.
Continuamos dançando até que meu pai cutucou Jacob e praticamente o empurrou da pista.
— Pai... Bem, que o senhor pode tentar melhorar o gênio com relação a Jacob, afinal ele é seu genro.
Ele grunhiu e depois deu um sorrisinho falso.
— Vou tentar, mas isso não significa que vou melhorar. Ele me dá raiva.
Com essa eu ri.
Depois de papai, cada convidado veio me cumprimentar e dançar comigo.
Não gostei nada, nada de Leah dançando com meu Jacob. Mas, engoli.
Enfim, foi a hora de cortar o bolo.
Os fleches me queimaram a retina enquanto eu entregava os pedaços cortados angulosamente por mim e Jake.
Eu tinha certeza de que nada passaria por minha garganta. Ainda estava nauseada e não sabia o motivo para tanto enjôo. Afinal eu já havia passado pela cerimônia, então o que poderia dar errado agora, na festa?
Como que para confirmar que algo estava uma voz melodiosa ecôo perto dos canteiros primaveris.
— E nós, ganhamos algum pedaço ou não?!
Deus do Céu, eu iria desmaiar.
Alec, Jane e outra garota que eu nunca vi estavam lá, parados em frente aos canteiros.
— Devo dar meus parabéns? – a linda voz musical de Alec perguntou.
— Alec – sussurrei, bem não era exatamente um sussurro, mau era audível, mas eu tinha certeza de que ele pôde escutar.
— Olá, Nessie.
Eu percebia que todos estavam me olhando, mas não conseguia tirar meus olhos dos de Alec. Eles não estavam vermelhos, estavam azuis devido a lentes de contatos – todos os outros vampiros que não eram vegetarianos que estavam aqui também estavam com lentes.
Seria ele que estava me observando ontem na boate? Eu achava que não, afinal, se fosse ele, teria ido até mim.
Além do mais, os olhos escarlate que me fitaram eram sarcásticos e demonstravam certa malícia. Os lindos olhos de Alec não eram assim – pelo menos quando me olhava. Os olhos deles demonstravam doçura e...
— O que ele está fazendo aqui? – a voz furiosa de Jacob me tirou do transe em que me encontrava. Uma parte de meu cérebro tentou achar alguma explicação para Jake ter dito ele e não sanguessuga. Certamente ele se esforçou bastante.
— Eu... Não... – fiz uma pausa e inspirei – Eu não sei.
Tia Alice, como sempre, deu um jeito de resolver a situação.
— Eu os convidei. – ela estava obviamente mentindo, mas mentindo tão bem que só nós, os vampiros e lobos, sabíamos que era mentira – Que bom que puderam vir! Sintam-se a vontade.
— Obrigado.
Então, em um piscar de olhos, todos voltaram à normalidade.
Suspirei de alívio e depois um tremor percorreu meu corpo.
O que eles estavam fazendo aqui?
Alec, Jane e a garota que eu não sabia o nome (esperava que não fosse namorada de Alec!) estavam vindo em direção a nós.
— O que estão fazendo aqui? – Jacob silabou.
— Creio que está conversa não deva ser feita aqui, na frente de todos. – Jane disse.
— Ah, perdoe-me. – Alec sorriu com cordialidade. – Esta é Jane, como todos sabem, e esta é Karina. Minha irmã mais nova.
Todos arquearam as sobrancelhas.
Que diabos Alec estava dizendo?
— Deixem-me explicar. – ele fez uma pausa – Karina era minha irmãzinha de três anos quando me transformei. Ao que parece quando fez dezesseis anos ela também foi transformada. Claro que não por nós – ele gesticulou para Jane e para si próprio – Só a encontramos faz pouquíssimo tempo. A exatamente duas semanas.
Reparei em Karina.
Como todos os vampiros, tinha pele clara e era extremamente bela.
Seu cabelo loiro adornava seu belo rosto, dando uma expressão de maturidade em seu belo rosto e, seus olhos não tinham lentes. Eram do mesmo tom de minha família.
Uma vampira vegetariana!
— Olá. – a voz de soprano de Karina falou com timidez a simples palavra.
— Oi. – respondemos em uníssono.
Ela sorriu e foi para perto de Alec.
Esse gesto meio que me causou ciúmes.
— O que estão fazendo aqui? – Jacob repetiu a pergunta.
— Viemos nos juntar a vocês. – Karina disse e sorriu.
Aquela declaração abalou a todos.
Juntar-se a nós?
— Como assim? – Carlisle perguntou.
— Bem, nós abandonamos os Volturi. – respondeu Jane.
Olhei bem para ela.
Sem brasão e sem roupas pretas. Isso que era uma reviravolta.
— Quer dizer que vocês definitivamente abandonaram os Volturi. Que não vão brigar com eles e sim contra eles? – minha voz saiu estranha para meus ouvidos.
— Exatamente. – respondeu Karina.
— Como podemos saber que não estão mentindo? – Jacob perguntou com ódio em sua voz, que me assustou.
— Perguntem a vampira ali. – disse Alec apontando para Maggie.
— É verdade.
Senti meu rosto abrir-se em um sorriso quando ouvi a confirmação saindo da boca de Maggie.
Alec não ficaria contra nós!
— Bem, tem mais três chegando.
Meu sorriso desapareceu e meu rosto ficou com uma expressão confusa.
— Quem? – papai perguntou, claro que ele só precisaria ouvir os pensamentos de Alec, de Jane ou de Karina para saber.
— Demetri, Félix e Heidi.
Isso que poderia chamar-se de uma grande baixa na guarda.
— Ual! – tio Emmet estava de acordo comigo – Quer dizer que os Volturi ficaram sem seus queridos gêmeos. – ele soltou uma gargalhada – Vai ser tão fácil matá-los.
Notei que enquanto Emm ria, Alec abaixava a cabeça parecendo triste.
— O que foi? – perguntei a ele, mas Alec ficou calado.
— Nós ficamos tristes, pois Aro foi como um pai para nós. – Jane respondeu pelo irmão.
— Ah. – a palavra ficou pairando por ali, totalmente deslocada.
— Bem... Ahn... Nessie... Hora de ir para sua... Ahn... Lua-de-mel – disse-me Alice.
Os olhos de Alec passaram para meu rosto e sua tristeza desapareceu por completo. Sua outra expressão não era melhor do que a primeira. Após a tristeza veio à mágoa e depois a dor. Dor da perda.
— Tudo bem... – murmurei.
— Vamos. – disse Jacob. Sua voz era fria.
— Não vamos esquecer que ainda precisa jogar o buquê, Nessie. – tia Alice sorriu – E você precisa jogar a liga.
Corei quando ela mencionou a maldita liga.
— Ótimo. – respondeu meu marido dando um sorriso malicioso para Alec.
— Jacob! – sussurrei repreendendo-o.
Ele não disse nada, mas pela sua cara eu podia constatar que não estava nada feliz com essa situação.
— Vamos, vamos! Não vão querer passar toda a lua-de-mel no aeroporto por perder o avião e terem que pegar uma escala! – Alice disse.
Revirei os olhos e acompanhei Jacob para o centro da pista de dança. Não virei para olhar Alec. Não queria ver a dor em seus olhos.
Todas as mulheres e os homens estavam esperando para jogar o buquê e a liga respectivamente.
Inspirei e fiz a contagem para jogar o buquê.
— 3... 2... 1... – o buquê foi parar na mão de Tânia do clã Denali.
Sorri e a vi dando um olhar conspirador com Carmen.
Jake já estava se abaixando e tirando minha liga com os dentes, me fazendo corar feito um tomate.
A liga caiu em cima da mão de outro vampiro cujo nome eu não me recordava.
Ora... Quem sabe Tânia e ele...!
Dei um sorriso largo.
— Muito bem! Hora de se trocar! – Alice e Rosalie praticamente cantarolaram.
Revirei os olhos outra vez e deixei minhas tias e minha mãe me rebocarem para o closet.
O vestido que eu usaria já estava em cima da cama de Rosalie e era curto e simples.
Era branco e tinha umas pedras lilases.
O sapato que eu usaria era de salto alto e prata com strass.
Troquei-me rapidamente e segui para a porta, sendo interceptada por minha mãe.
Se ela pudesse chorar estaria aos prantos agora.
Bella não disse nada a princípio, apenas me abraçou por um bom tempo antes de me soltar.
— Parabéns! Que você seja muito feliz.
Sorri e dei um beijo em sua bochecha.
Depois me despedi de todas e desci.
Jacob me esperava ao pé da escada.
O terno dava lugar a algo mais arrojado.
Antes que ele me puxasse pela cintura, meu pai o empurrou e me deu um longo abraço ao qual retribui.
Lágrimas escorriam por meu rosto agora.
Todos aplaudiram quando Jake me tomou nos braços e me beijou.
Todos menos Alec.
Assim que Jacob me soltou fui até ele e lhe dei um beijo em sua testa.
— Bem vindo à família Cullen.
Ele sorriu, mas o sorriso não chegou a seus olhos.
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, meu noivo, quer dizer meu marido (seria difícil aceitar o fato de que agora eu era uma mulher casada) me puxou para junto de si e saímos correndo.
Pude sentir a dor de Alec quando me afastei daquele modo, pois ele era parte de mim agora.
Corremos em meio à chuva de arroz que ricocheteava e fomos para nosso carro.
Sentamo-nos no banco de trás e o motorista começou a dirigir.
Abaixei o vidro para ter uma última visão dos meus amigos e da minha família que tinha Alec como participante agora.
Isso que foi uma festa cheia de surpresas.
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