Susto

Acordei com um estrondo terrível de algum vidro se quebrando, olhei para o relógio, mas ele estava apagado então olhei para meu relógio de pulso que esta na escrivaninha. Eram 3h17min, eu havia dormido, mas não o suficiente para amanhecer, eles ainda estavam aqui.

Levantei da cama com cuidado para não faze barulho algum e caminhei na ponta dos pés até a sala, estava tudo escuro e não se via nada. De repente algo derrubou alguma coisa na cozinha, minha curiosidade me obrigou a ir até lá. Coloquei só um pouco da minha face na cozinha, o suficiente para poder ver algo, e lá estava ele mexendo nas coisas, não consegui ver seu rosto, apenas suas costas magras e a parte de trás de sua cabeça. Ele tinha um brilho forte, que iluminava toda a cozinha. Alguma coisa lá fora tinha desviado sua atenção, um gemido horrível que mais parecia um gato.

Ele com agilidade saltou da janela deixando a cozinha no escuro, ele tinha destruído quase tudo. Os copos estavam quebrados como os pratos e as gavetas estavam todas espalhadas no chão. A luz havia voltado, mas agora ela estava na sala. Corri e me escondi n armário da lavanderia rezando para eles não quererem vasculhar aqui. Agucei meus ouvidos tentando prestar atenção em seus movimentos, a lavanderia estava silenciosa, mas muitos barulhos vinham da sala. Eles estavam conversando, não entendia nada, a única coisa que conseguia escutar eram chiados e gritinhos que doíam os meus ouvidos.

Fiquei alguns minutos naquele escuro, não estava tão ruim, o armário estava com um cheiro delicioso de álcool. A casa finalmente ficou em silencio e decidi sair de lá. Caminhei silenciosamente pela cozinha até a sala que estava uma desordem. Tinham tantas casas, porque eles estavam fazendo isso com a minha? Muitas coisas vieram em minha cabeça, o prédio estava silencioso demais! Talvez eles estivessem a minha procura. Com esse pensamento corri até o quarto do meu irmão, mas ele estava vazio, eles tinham levado Josh.

Eu estava certa, eles sabiam quantas pessoas havia em cada família, raptaram a minha inteira então estavam á procura da única pessoa que falta. Eu!

Minha barriga roncava, mas eu tinha que sair de lá. Desci pelas escadas de incêndio, pois os elevadores não funcionariam sem luz e corri até o primeiro andar do prédio. A porta estava aberta então entrei. A casa estava completamente arrumada, corri para a cozinha e encontrei o que eu queria. Comida! Cortei um pedaço do bolo que estava encima da mesa e o devorei até me sentir totalmente satisfeita. Depois de alguns minutos o céu já se clareava e minhas costas estavam doloridas de ficar apertada no armário, então me deitei no sofá e tentei me esticar o máximo. Algo em mim me dizia que naquele lugar eles iriam me deixar em paz, mas também algo me alertava que eles não descansariam até me encontrar.