Prólogo

Eu estava correndo, correndo desesperadamente, tentando fugir... A rainha das trevas havia me dito isso, ela havia me dado duas opções... Ou eu ficava e morria ou eu tentava lutar por minha vida.

Eu não sabia o porquê, mas eu decidira lutar. Embora eu soubesse que não adiantaria, as trevas iriam me pegar, elas só estavam se divertindo um pouco antes de acabar comigo.

Os vultos começavam a caça, a caça em que eu era a presa.

Eu podia ouvir as suas vozes roucas enquanto corria desenfreadamente, tentando salvar minha vida enquanto ainda podia, ou pensava que podia.

Eu estava me cansando rapidamente e, logo eu não poderia mais lutar, em breve eu cairia e as trevas me pegariam, não conseguia ver alguma luz divina que pudesse me salvar, eu estava só. Só como eu nunca estive.

A neve estava densa, fazendo com que eu tropeçasse, mas não cai nenhuma vez.

Não sabia quantos minutos a mais eu aguentaria, provavelmente não muitos.

Eu estava entorpecida por causa do frio, queria apenas que eu estivesse em minha casa, queria que eu estivesse protegida.

Como fui boba em odiar toda a minha vida, eu não sabia o que estava perdendo até este momento. O momento de minha morte.

Eu estava arrependida de tudo o que fiz aos meus pais e ao meu irmão, como eu queria voltar no tempo, ser mais amorosa e menos rebelde, a minha família não merecia a minha rebeldia.

Talvez fosse bom que eu sumisse, que não interferisse mais em suas vidas, eles seriam mais felizes sem mim para atrapalhar, muito mais felizes.

O momento que eu nunca queria que tivesse chegado estava muito perto, pois agora eu caia e os vultos se aproximavam, quando sobrava apenas um milímetro de distancia entre mim e a morte, eu embarquei em um mundo maravilhoso onde não havia culpa e nem dor.

Mas, eu ainda estava presa ao mundo terreno, onde meu sangue se esvaia rapidamente de meu corpo na fria manhã de inverno.