Última noite
Meu nome é Raphaela Harker e tenho 16 anos, mas minha vida que até então era normal se tornou um desastre total. Eu vivi meus últimos dias como humana em um inferno que desceu do céu, com suas luzes sombrias trazendo seres se sangue frio.
Já se passaram duas semanas que eu não sou mais eu mesma, vivendo sem o calor do sol e a única luz que me ilumina são as luzes das estrelas que vagam sozinhas em um universo infinito.
Tudo começou no dia 3 de novembro, foi em uma tarde que eu desfrutei de minha família pela última vez. Em todos os canais de TV passava noticiários e noticiários sobre as três grandes luzes que vagavam pelo céu, todos diziam a mesma coisa como discos riscados: “Luzes estranhas então surgindo em vários cantos da cidade e no mundo todo. Aqui ao vivo temos dois grupos e cada um com três delas dançando no céu”
Desliguei a TV, levantei do sofá e tomei o rumo da sacada da minha sala. Não acreditava nessas besteiras, para mim eram apenas pessoas idiotas que estavam entediadas e estavam fazendo aquilo para ganhar seus cinco minutos de fama. Fiquei olhando a paisagem, a cidade stava lindo com as decorações de Natal, as luzinhas pareciam vagalumes pousados em forma de desenhos nos prédios e casas. O céu já havia escurecido. Com ele veio as estrelas, mas também as luzes estranhas.
Aprofundei-me em meus pensamentos tentando buscar uma lógica para aquilo, mas não encontrei nenhuma, nada podia explicar aquelas luzes dançando no céu e depois formando um triângulo.
―Filha, saia já daí! Você não viu os noticiários? ― Gritou minha mãe enquanto me puxava para dentro olhando as luzes estranhas e depois fechou a sacada.
― Menina, com essas coisas não se brinca sabia? ― Falou meu irmão meio enrolado quase impossibilitando de entender, ele tinha a atenção virada ao videogame portátil em um joguinho bobo de guerra.
Revirei meus olhos. Minha mãe e meu irmão acreditavam em tudo o que viam, eles eram tão supersticiosos, aquilo não existia ou era o que eu pensava. Pelo menos tinha o meu pai que era tranquilo e não ligava muito para essas coisas. Depois de alguns minutos meu irmão bocejou e desligou o videogame portátil.
―Boa noite mãe, pai e maninha. ― Todos nós respondemos em coro um “Boa noite” animado.
―Acho que você já deveria estar na cama também mocinha! ― Exclamou meu pai enquanto lia seu livro. Depois que ele disse isso me deparei com o relógio e já eram 23h00min! Concordei com ele e caminhei até o banheiro para tomar banho, deixei a água fervente escorrer pelo meu corpo, mas não me incomodou. Depois fui até o meu quarto com a toalha enrolada em meu corpo, me sequei e coloquei um pijama e deitei em minha cama apagando rapidamente.
Acordei e com gritos abafados e baixos na noite, olhei no relógio, eram 3h00min. Levantei meio zonza, estava com uma sede demasiada. Caminhei até a cozinha, acendi as luzes da sala que falharam até apagar, tentei ligar a TV para ver se a energia havia acabado, mas tudo o que eu pude ver foi á tela cinza claro coberto de pontinhos pretos correndo para todos os cantos, até que de repente uma luz toma a sala inteira me cegando, depois de alguns segundos ela diminuiu a claridade me possibilitando de enxergar outra vez. Os gritos antes sumidos haviam voltado, e a maioria vinha do quarto dos meus pais. Meu coração subiu a garganta me faltando ar. Eu vi e estava vendo com meus próprios olhos a explicação lógica para aquelas luzes estranhas.
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