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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

22. Tédio

Alec
Deitado em minha cama eu me sentia entediado. Eu estava cansado, não fisicamente, mas mentalmente.
Somente um rosto vinha em minha mente... O rosto de Nessie.
Jane interrompeu minha linha de pensamentos:
― Olá Alec! – ela me deu um sorriso.
Apenas assenti, sem devolver o seu sorriso.
― A vamos! Não fique assim, meu caro irmão! – falou Jane sentando-se em minha cama.
Eu suspirei e me virei para encara - lá.
― Vá embora. – minha voz estava sem emoção.
― Também te adoro maninho! – ironizou ela suspirando, um longo suspiro.
Ela me encarou, com seus graves olhos vermelhos.
― Aro, Marcus e Caius estão te chamando.
Solto mais um suspiro e com agilidade me levanto da cama.
Jane me olha, preocupada, mas eu a ignoro e mentalmente me preparo para um longo sermão!
Quando entro na sala principal, eles olham para mim. Os olhos de Aro eram zelosos, os olhos de Caius estavam estreitados, provavelmente demonstrando raiva e, os olhos de Marcus estavam totalmente desinteressados.
Com mais um suspiro coloco-me diante deles.
― Meu caro Alec... Notamos que ultimamente você está um pouco...
― Depressivo. – completou Caiu, sem rodeios.
Eu apenas abaixo minha cabeça.
― E... Nós não queríamos que isso acontecesse. - Aro suspirou – Nunca deveríamos pedir que você fosse seguir Renesmee.
― E... Ainda nem fez bem feito. – fala Caius à meia voz, o ignoro, mas pelo canto do olho vejo Aro dando um olhar reprovador a ele.
Lembrei-me da desculpa que tinha dado à Jacob e à Nessie:
“Bem... Aro mandou-me aqui para fazer um serviçinho... Matar dois vampiros que estavam meio que pedindo para morrer, mas o que vocês dois estão fazendo aqui?” eu havia respondido, quando Jacob tinha perguntado o que eu fazia lá.
O momento parecia tão distante...
Os três me observavam e eu retornei ao momento presente.
― Entende o que eu falo meu caro? – pergunta Aro
― Sim, eu entendo. – respondo. – Mas, eu não consigo parar de pensar nela!
— Vai ter que parar. Entenda meu caro, é para o seu bem! – Aro arqueou as sobrancelhas.
Eu suspirei e pedi para me retirar. Com a permissão dada, fui novamente para meu quarto e desta vez me tranquei lá dentro.
As palavras de Aro vinham à minha mente. Ele queria que eu parasse de pensar em Reneesme, mas eu tinha certeza de que não iria conseguir.
Eu estava preso a ela para sempre, mesmo que eu não fique com ela.
Novamente seu belo rosto me veio à cabeça.
***
Dias se passam a batalha contra os Cullen estava cada vez mais perto. E junto com ela me vinha à necessidade de tirar Reneesme de lá.
Eu tinha que planejar alguma coisa muito rápido. Sabia que teria que tirar ela da batalha, pois eu sabia que não aguentaria vê-la lutar.
— Ainda pensando nela, Alec? Talvez ela seja muito especial mesmo... Talvez eu fique com ela quando a batalha acabar, eu posso poupá-la da morte. – Demetri riu e eu rosnei.
Em um segundo estava me agachando e em outro pulando para o pescoço de Demetri.
Faltando apenas um milímetro para alcançá-lo sinto uma dor enorme e caio no chão gritando.
Jane estava usando seu poder em mim.
A dor passou, mas eu continuei no chão arfando.
— Obrigado Jane! – Demetri sorriu e de novo me veio o ódio e incapaz de controlar minha atitude eu pulei novamente para seu pescoço.
Em vez da dor, braços me seguraram e Jane gritou:
— Você é estúpido? Pare de tentar arrumar brigas, seu idiota!
— O que está acontecendo aqui? – perguntou Caius, surgindo do nada.
— Nada, com licença. – Eu arrumei meu manto e sai.
Aproveitei para caçar, minha garganta estava ardendo.
Como em Volterra não se podia caçar, sai de seus muros e fui correndo para outra cidade.
Um grupo de turistas estava lá, pelo sotaque eram brasileiras.
Sorri e fui me apresentar, assim que apareci, elas ficaram mudas. Ofereci-me para mostrar a Itália e elas aceitaram, se entreolhando.
Levei-as para um beco e lá mordi seus pescoços.
Quando acabei, não voltei para o castelo, fui dar uma volta.
Fui até Florença e fiquei pensando em como seria se Nessie estivesse lá comigo, com certeza, se ela estivesse lá, esse passeio, não seria um tédio como estava sendo.
Suspirei, não havia nenhum momento em que minha vida não fora um tédio. Nessie a tornara mais interessante.
Com outro suspiro – longo e profundo – comecei o caminho para retornar à Volterra.

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