6. Encontro
Cheguei ao shopping e fui diretamente para o Mcdonalds.
Elas não estavam lá.
Sentei-me em uma mesa para esperá-las.
Eu esperava que o pior não tivesse acontecido. Mas, eu não sabia que tinha acontecido.
Com um suspiro fecho meus olhos, querendo que eu pudesse ver o que estava acontecendo, ou o que já tivesse acontecido, com elas.
Então, me assustando ainda mais, eu pude ver!
***
Eu estava na casa da Coraline - percebi.
E ela estava gritando.
A mesma coisa que tinha acontecido comigo estava acontecendo com ela.
Tentei a ajudar, mas não consegui fazer nada.
Eu não tinha matéria, era apenas o meu espírito que estava lá.
A cena de repente mudou.
Agora eu estava na casa de Duda.
E ela também estava gritando.
Mas que droga! Por que eu não podia fazer nada?
A imagem tremeluziu e saiu de minha mente.
Novamente eu estava em meu corpo.
A garçonete estava perguntando se eu queria alguma coisa.
Eu não podia ocupar uma mesa se não estivesse tomando ou comendo alguma coisa, então eu pedi um milk shake.
Ela me trouxe o meu pedido e eu o tomei vagarosamente.
Caramba! Por que elas não chegavam nunca?
— Kathe. – ouço atrás de mim.
Viro-me e dou de cara com Duda e Coraline.
Seus rostos me assustavam.
— Você não acredita! – falaram elas.
— Ah! Se acredito! – murmurei.
Rapidamente contei o que havia acontecido comigo, desde o que eu havia visto em minha casa até a minha experiência extracorpórea.
Elas ouviram tudo sem interromper, de olhos arregalados.
— Nossa! – exclamou Duda.
Eu engoli em seco.
Estava tremendo novamente.
— Sério! Isso tá me dando muito medo! – falou Coraline. – Eu sempre brinco, mas eu vi! De verdade!
— Calma mana! – eu disse.
— Como assim calma? Tem uma... Coisa nos perseguindo! – ela respondeu.
Eu não tinha resposta.
Somente aparentava calma por fora, mas por dentro eu estava em total desespero.
— O que vamos fazer? Pelo que sabemos, a coisa pode estar aqui, agora mesmo, do nosso lado! – eu sussurro.
— Nem brinca! – diz Eduarda tremendo.
— O que vamos fazer? – eu repito a pergunta.
— Não sei! – Duda falou.
— Ai! Querem saber?! Eu não aguento mais discutir isso. Vamos para minha casa... Vocês podem dormir lá? – eu falo, já ficando irritada. O que estávamos deixando escapar?
Cada uma telefonou para suas mães, elas deram autorização.
Com um suspiro nós nos levantamos e deixamos o local de nosso encontro.
Esperava que até a noite nós resolvêssemos isso.
Mas, algo também nos esperava à noite.
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