4. Festa
Os meus sete dias passaram voando.
Procurei o maldito anjo em vários países... Mas nada! Não o havia encontrado.
Agora eu me encontrava novamente aos abismos do inferno! Argh!
Estava tão distraída com meus pensamentos que não notei que alguém vinha por detrás sorrateiramente.
Só o notei quando senti seus braços em volta de minha cintura.
— Oie... Princesa! – falou Derek, me beijando no rosto.
— Que susto! – eu disse ofegante.
— Senti sua falta! – ele confessou com um ar de tristeza.
— Também senti a sua.
Derek e eu fomos namorados antes... Antes que eu me apaixonasse por outro.
Agora tentávamos nos conciliar e voltar tudo ao normal. Embora não estivesse dando muito certo, talvez fosse por minha causa... Eu não o amava mais. Meu coração pertencia a outro... Outro que nunca poderia ser meu.
Aliás... Eu queria que o outro morresse... Ou melhor, eu queria matá-lo.
Comecei a ficar irritada e deixei meus chifres aparecerem.
— Sabia? – ele perguntou... Os seus olhos estavam brilhando.
— Sabia... O que?
— Que eu te amo.
Suspiro... Como os demônios apaixonados eram tão bobos! Ou melhor, Derek era muito bobo.
— Que fofo! – eu ironizo. – virou um anjo de novo?
— Não... Só não quero que...
— Chega! – eu disse em um tom ríspido. – sabe que eu não gosto disse e...
— Não gosta mesmo? Porque...
Dei um longo suspiro e um olhar ameaçador.
— Chega... – eu disse de novo e, desta vez esperava que fosse a última.
— Tudo bem... Mudando de assunto, o que fez nesses sete dias?... A propósito, fiquei assustado quando cheguei aqui da minha missão e soube que você tinha sido suspensa.
Sempre assustado... Como um anjinho! Idiota! Não aguentava mais isso! Não aguentava ter que vê-lo todos os dias e em seu lugar imaginar que era...
Não! Não aguentava! Eu daria um ponto final nisto agora mesmo!
— Olha... Não aguento mais... Sempre assustado! E... Desculpe-me se eu não for muito educada, mas não deu certo está bem? Eu não gosto mais de você! Não como namorado.
Não consegui olhar para seus olhos negros como à noite, simplesmente sai andando, notando que ele não estava me seguindo.
Derek não era um demônio verdadeiro... Ele só era um demônio porque ele não gostava que dessem regras para ele, então ele decidiu que queria ser um demônio... Para maltratar os que lhe davam regras, mas ele foi um bom garoto... Na verdade ainda era um bom garoto, mesmo após a sua morte... Onde nós fomos buscá-lo.
Nunca gostara do dia em que fomos buscá-lo... Ele dormia calmamente... Imaginando o dia que virasse um de nós.
Ele não sabia o que queria... Nenhum de nós pôde escolher... Nós fomos escolhidos, pela maldade que havia dentro de nós.
Mas ele... Ele desejou com todas as suas forças que fosse um demônio... E Ele, o Satã, o atendeu.
Derek nunca poderia ter sido mal... Ele apenas estava passando pela faze da adolescência, onde todas as regras – por menores que fossem – o irritavam.
Mas, Satã o quis. Porém logo se arrependeu.
Ele não era um demônio, na verdade parecia um anjo.
Eu jurara a mim mesma...
— Lilith? Tá me ouvindo? – perguntou Samara, me tirando de meus devaneios.
— Oi...
— Que bom que você voltou... Não aguentava mais o Derek chorando. E aquela sonsa? Também está bem?
— Sim... Anne está bem... Foi se desculpar com o Sebastian. – eu fiz uma pequena pausa. – Já quanto a mim e Derek... Nós terminamos.
— Ah! Que ótimo! - ela revirou os olhos. – Mais choro! Argh!
Eu nada respondi, mas apenas a observei sentando-se à minha cama.
— O que vocês fizeram durante essas “férias”?
— Nada de mais... – respondi evasivamente.
— Hum... – ela murmurou e depois se despediu.
Após a sua saída fui preparar-me para minha próxima missão... Ir a uma festa... A uma balada, mais especificamente.
***
A música estava alta e todos os jovens que se encontravam na pista dançavam.
Meu belo vestido curto vermelho estava apertado até as panturrilhas, onde ficava um pouco mais folgado.
Vários rostos viraram-se para mim e com um sorriso malicioso desceram os olhos por meu corpo.
Rapidamente os fiz sofrer... Todos brigaram entre si e os seguranças os expulsaram.
Meus lábios agora se abriam em um sorriso, como eu adorava ser má!
Mas ele rapidamente se desfez, pois em um canto da boate se encontrava um belo rapaz... Um belo rapaz que tinha os olhos iguais aos do anjo Guilherme...
Não! Não podia ser!
Começo a andar rapidamente para ele, inconscientemente.
Ele virou seu olhar para meu rosto à medida que me aproximava.
Eu estava esperando que ele fosse se enrijecer, mas não foi isso que aconteceu. Ele apenas arregalou os olhos e acompanhou todas as curvas de meu corpo.
Aparentemente ele gostou do que viu. Seu rosto branco ficou corado e seus olhos agora se abaixaram até o chão, envergonhado.
A música que estava foi trocada pela música Can't Be Tamed.
Sinto meus lábios formando um sorriso.
A música era perfeita para mim. Eu Não Podia Ser Domada.
Muito embora, agora eu estava sendo domada... Domada pelos maravilhosos olhos azuis do anjo
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