2. Filme
Chegando em casa fui direto tomar um banho para ir à Fisk.
Gostava de chegar cedo e ficar conversando com Coraline, minha “gêmea”.
Ela estava animada hoje e logo entrei no espírito também, deixando de lado o que acontecera entre Léo e a nova menina, cuja ainda nem gravara o nome.
Ficamos tentando conversar em italiano, sem muito sucesso, pois sabíamos poucas palavras.
Após desistirmos de tentar falar italiano ela me perguntou como havia sido meu primeiro dia do ano letivo.
Com um suspiro longo e profundo contei o que havia visto quando entrei em sala de aula.
Ela tentou me animar:
— Maninha! Não fica triste... Ele só tava se apresentando, né? Então, pra que se preocupar? – ela pôs as mãos na cintura e me deu um sorriso. – Agora chega de ficar tristonha!
Eu sorri e deixei-me animar. Ela tinha razão... Pra que ficar triste? Eu podia estar enganada.
— Nossa! A gente nem fez nosso toque! – ela lembrou.
Ficamos de pé e o fizemos... Nem percebemos que os meninos haviam chegado e, quando vimos à cara deles rimos.
Eles pensaram que éramos loucas.
— Meu Deus! Baixo espírito nelas! – falou Sandro.
Nós nos entreolhamos e mostramos a língua para eles.
— Vamos? – perguntou a professora.
Apenas subimos as escadas... E logo quando entrei na sala levei um susto.
Não tinha visto que Rebecca e Matheus haviam chegado.
Após recuperar-me do susto fui sentar em uma das carteiras. Como sempre ao lado de Coraline.
Não pudemos evitar de rir a aula inteira... Com certeza ela havia bebido fanta uva hoje. Rimos por nada.
Depois que saímos da Fisk seguimos para minha casa... Iríamos assistir a um filme de terror.
Adorávamos assistir filmes, de todos os tipos, mas os de terror eram especiais.
Eles não nos davam medo... Mas nos davam novos “amigos”, como: Samara, Cláudia, Lestat, Louis, Dorm, Rosa, Lilith, Guilherme, Duncan, Curtis, Mimi, entre vários outros.
— Tomara que nós arranjemos outros amigos né? – falamos juntas.
— EEEEEEE Gêmea! – novamente falamos em sincronia.
— Para! – de novo, em perfeita sincronia.
Nós não falamos mais nada, mas fizemos caretas.
Após alguns minutos eu pus o filme.
Esse se iniciou com uma música meio sinistra.
— Quem sabe? – Coraline falou.
— Quem sabe o que? – eu perguntei.
— Quem sabe se a gente não vai sentir medo nesse filme... Pelo menos a música já me deu um pouco! – ela falou sorrindo.
— Quem sabe! – concordei.
O filme se iniciou... Mas as formas não eram distintas.
— O que tá acontecendo? – eu pergunto meio abalada.
Ela não sabia a resposta.
— Mana? Você está bem? – eu pergunto aflita, pois ela estava branca feito um fantasma.
Ela apenas assentiu.
— Que foi? Por que ficou assim?
— Você não sentiu? – ela arregalou os olhos.
— Sentir... Mas sentir o que?
Ela não respondeu, mas depois de um instante eu pude sentir.
Era como se uma ventania estivesse sobre mim. Seus rastros não eram frios como deveriam, mas eram quentes.
Começo a ofegar e minha mente viaja ao ano passado... Quando estávamos assistindo o filme “Abismo do medo” a Coraline havia sentido alguém arranhando ela e puxando sua cadeira, eu por minha vez senti alguém me chutar, me fazer cócegas e, depois eu havia sentido um rastro quente em meu rosto gélido, por causa do frio.
A fita acabou e, junto com ela acabou-se a ventania, me trazendo de novo para o momento presente.
— O... O... O que... Aconteceu? – pergunto tremendo e ofegando.
Coraline apenas balançou sua cabeça em sinal negativo.
Rapidamente eu pulo do sofá e retiro a maldita fita do DVD.
— Toma! Ela é sua... Por favor, eu nunca mais quero ver essa coisa na minha frente.
— Então somos duas! – ela fala. – Eu vou queimar isso quando chegar em casa.
— Não precisa esperar para chegar em casa. – eu falei.
Fomos até a rua e queimamos o dvd. Apagamos o fogo depois de tê-la incinerado.
— Vamos... Vamos para o computador! Contar tudo à Eduarda.
Eduarda ficou chocada quando soube o que ocorrera e, eu ficara ainda mais chocada ao saber que ela havia sentido a mesma coisa.
Muito estranho...
Tentei tirar isto de minha mente, tentei me distrair.
Foi ai que o Léo entrou Online...
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