2. Plano
Nosso plano era simples: íamos matar Sebastian, o namorado de Anne.
Escondi-me no escuro e esperei.
Sebastian chegou um pouco atrasado – e eu estava ficando impaciente de tanto esperar, a paciência não era um dom que eu tinha.
— Olá, Anne! Tudo bem, docinho? – meus olhos se estreitaram, como ele era sínico!
— Sim, tudo Ótimo, Sebastian! Pena que para você, nada esteja bem! – esse era o sinal e preparei-me para pular.
— Como assim? – ele perguntou, mas como resposta eu caio em cima dele. – Saia de cima de mim! –gritou ele, quase sem fôlego.
Eu apenas ri, estava gostando do medo dele e, certamente Anne também estava.
— Seu idiota! Quem mandou me trair? – ela grita, rindo.
— Ande logo Anne, sua sonsa! Você vai estragar tudo! – eu grito.
— Lilith? Lilith saia de cima de mim! – pede ele agoniado.
— Shhhh, calado! – o mando ficar quieto.
— Agora você vai pagar por sua insensatez, você vai morrer. – sussurrou Anne, mas antes que eu pudesse falar algo, a vejo fazendo um círculo com sal e rapidamente saio de cima dele, eu não queria morrer também.
Após eu sair de cima dele, vi Anne jogar o sal em cima de Sebastian e o vi gritar de dor.
Machucados se abriram na pele dele e Anne riu. Ela estava gostando realmente do sofrimento dele, eu também estava.
— Está feliz agora, seu bobão? – pergunta ela calmamente e ele apenas grita em resposta.
Anne estava ascendendo uma fogueira – mais uma das trezentas que haviam - para matar Sebastian realmente.
É claro que só o fogo não o matava – na verdade, não fazia nem um arranhão nele – mas o fogo mais o sal e mais uma espécie de ácido o matava rapidamente.
Ele sabia o que Anne ia fazer e começou a gritar mais alto que antes. Ela apenas riu uma risada leve e divertida. Eu somente solto uma breve risada.
Mas, antes que ela ascendesse o fogo, derrepente uma voz ecoa na escuridão.
Era a voz Dele e estava muito brava.
E quando fui dar um passo, fui transportada para O Quinto Dos Infernos, literalmente.
Esse lugar ninguém jamais gostaria de visitar.
***
— No que estavam pensando? – Ele fala de algum lugar por entre as chamas.
Anne e eu não conseguíamos falar e do nada levamos um tapa na cara.
— Respondam-me! – ele esbravejou.
— Nós... Nós... – Anne gaguejou e recebeu outro tapa.
— Nós estávamos nos vingando de Sebastian, pois ele a traiu. – falei rapidamente, não queria outro tapa.
— Sabem que nós não podemos perder demônios por puras vingançinhas idiotas. – ele disse mais calmo dessa vez – Agora saiam!
E novamente nós fomos transportadas, desta vez para nossos alojamentos.
O nosso chefe nos esperava lá, com cara de reprovação.
— Parabéns! Ganharam uma suspensão! – ele arqueou as sobrancelhas.
Nós não dissemos nada e ele foi embora.
— E agora, o que faremos? Temos sete dias de suspensão! – ela suspirou – Me...
— Não se lamente! – eu a interrompi – Eu não sei o que você vai fazer, mas eu vou aproveitar estes dias de “folga” para procurar o Anjo! – eu fiz uma careta.
Ainda não esqueceu isso? Já faz duzentos e dez anos!
— Nunca vou esquecer o que ele me fez! – eu falei, quase gritando.
Ela apenas encolheu os chifres e pôs a sua forma humana.
— Eu te ajudo! – ela disse e eu apenas assenti.
Encolhi meus chifres e pus minha fachada humana também.
Se havia algum lugar aonde aquele anjo idiota poderia estar esse lugar era a Terra.
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