9. Explicação
Acordei com o sol nascendo e Jake já estava pronto.
− Bom dia. – ele me disse e em seguida me beijou.
− Bom dia. – respondi com meu rosto já em brasa.
− Vamos caçar de novo antes de irmos falar com seus amigos sanguessugas?
− Claro! – eu não ligava que ele se referisse aos vampiros como sanguessugas, já estava acostumada.
− Então vamos! – ele segurou e inspirou o perfume adocicado de minha mão, seu hálito me fez cócegas e depois estávamos correndo pela neve.
Fizemos a nossa habitual competição de quem pegava o maior animal e eu ganhamos, como sempre. Lembro que ele fazia isso para que eu caçasse, pois odiava sangue animal, mas com o tempo fui me acostumando ao jeito vegetariano de minha família, embora não sabia como vovô e mamãe podiam aguentar todo o dia o sangue sendo derramado no hospital, tenho certeza que eu não conseguiria.
Após acabarmos com a nossa presa, demos novamente as mãos e voltamos a voar pela floresta.
Já podíamos avistar a casa da família de Tânia, depois de mais ou menos quatro horas correndo e com apenas mais meia-hora chegamos ao nosso destino.
Estava na hora das explicações.
Tânia provavelmente tinha nos escutado, pois esperava-nos na entrada.
− Nessie, Jake... O que aconteceu?
Encostei minha mão no rosto dela e ela ficou parada, vendo meus pensamentos e sua boca abriu-se de medo.
− Então eles estão voltando? – sua pergunta não precisava de resposta.
− Quando a neve cair! – falei.
− Não se preocupem, conseguiremos parar eles novamente.
− Não sei se podemos contar com isso! Eles estão montando exércitos de meios-vampiros como eu.
− Não desistiremos sem lutar!
− Nós não queremos que ninguém se machuque.
Ela nada respondeu, mas a resposta estava em seus olhos: Não iremos desistir, não sem lutar.
Suspirei. Seria assim com todos? Podia acreditar que sim.
− Onde estão Garret, Kate, Carmen e Eleazar?
− Caçando.
− Garret se adaptou com sangue animal?
− Oh, sim! Ele faz qualquer coisa por Kate. – seus olhos reviraram e eu sorri.
Neste tempo todo Jacob não tinha dito nada, ele não gostava de conversas sobre os hábitos alimentares dos vampiros. Olhei-o atentamente e sorri, pois agora ele seria só meu. Ele sorriu também, um sorriso de arrasar qualquer coração e o meu ficou crepitando. Esse detalhe não passou despercebido por Tânia.
− Então, já começaram a namorar? – perguntou ela, sem rodeios. Corei e olhei para baixo.
− Sim. – meu rosto estava vermelho vivo.
− E já contou para o seu pai? – todos sabiam que Edward Cullen iria querer matar Jacob, só podia esperar que mamãe conseguisse acalmá-lo. Era uma esperança vã.
− Não... Mas eu gostaria de contar eu mesmo para ele – em um momento em que esteja feliz, pensei. – se puder não pensar nisso... Eu agradeceria.
− Vou tentar... Mas você sabe que não é fácil esconder um pensamento de seu pai, sua mãe só consegue por que é um escudo. – ela arqueou as sobrancelhas, sim realmente não era fácil esconder algo de meu pai... E ele ainda estaria curioso sobre o que nós dois sozinhos estaríamos fazendo... Tentei não pensar nisso.
− Obrigada. – agradeci.
Neste instante o restante da família chegou e ouvi Jake suspirar e sussurrar no meu ouvido: “Volto depois” e deu-me um beijo rápido na bochecha me fazendo corar de novo e, depois saiu em disparada pela floresta para se metamorfosear.
Percebi que todos estavam me olhando e corei ainda mais, com certeza eles já perceberam que Jacob e eu tínhamos passado de amigos para namorados. Mas, depois vi todos convergindo para mim para me receber.
− Nessie... Nessie... – todos me abraçavam e me beijavam no rosto.
− Como está grande minha querida. – falou Carmen, que sempre foi muito apegada a mim.
− Sim, e cresceu muito rápido! – complementou Katie. Eu sorri.
− Mas, presumo que esta visita não seja somente de cordialidade, estou certo? – perguntou Eleazar.
− É alguma coisa com os Volturi de novo? – Garret sorriu.
− A resposta é sim para as duas perguntas... Acho que posso mostrar mais do que falar. – e fui mostrando tudo o que se passou entre os momentos tensos desde que tia Alice teve aquela visão que mudou tudo...
− Nós já sabíamos que eles iriam retornar. – murmurou Eleazar.
− E nós conseguiremos vencê-los de novo. – murmurou Garret, acho que assim como meu tio Emmet, Garret era louco para matar alguns Volturi.
Balancei minha cabeça em sinal de reprovação... Tudo o que eu menos queria era uma luta.
− Por que não entrar minha querida... Temos muito a conversar. – chamou Carmen, eu lembro que ela foi à primeira vampira daquela família que me deixou encostar a mão em seu rosto para lhe contar meus pensamentos.
Aceitei o convite... Seria uma longa conversa. Suspirei e olhei para a floresta cheia de neve, Jacob estava me olhando em algum lugar por entre aquelas árvores.
Com mais um suspiro entro na casa de Tânia. E tinha certeza de que eu não iria sair de lá tão cedo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário