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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Seres estranhos
As luzes se resumiram em um só e pousou no meio da praça, com sua descida a rua chacoalhou inclusive meu prédio e todas as casas em sua volta. Observei que aqueles seres carregavam pessoas para dentro daquela enorme nave, apertei meus olhos tentando ver detalhadamente a criatura, mas só via suas formas negras. Depois de alguns minutos totalmente paralisada naquela cena percebi que a casa estava silenciosa demais, corri desesperadamente para o quarto dos meus pais, mas era tarde demais e eles já haviam sumidos, a única coisa que dava para ver era a cama em uma desordem e um pouco manchada de sangue e a sacada do quarto totalmente escancarada com o vento gelado invadindo o cômodo me fazendo arrepiar. Uma lágrima desceu pelo meu rosto, eu sabia o que havia acontecido com eles, de repente o desespero me bateu e voei para o quarto do meu irmão, abri a porta com tudo e ela se chocou com a parede fazendo um estrondo. Deparei-me com meu irmão em pânico, sua asma havia atacado de novo, ele estava em crise e não conseguia respirar. Naquele momento de desespero eu não encontrava a bombinha dele e decidi ajudá-lo mesmo sem ela. Virei seu rosto para mim o obrigando a me olhar, mas ele estava completamente cego com a dor.
―Olha para mim Josh! Respire no mesmo ritmo que eu! ― Eu gritava, mas era tarde demais, seus olhos não tinha mais vida e ele Estava paralisado e frio. As lágrimas que estavam presas dentro de mim agora caíram sem parar, eu estava sozinha naquele fim de mundo. Deitei Josh com cuidado na cama e fechei seus olhos, beijei suas bochechas e deitei em seu peito chorando. Sem eles eu não era nada, eu morreria ali sozinha com aquelas coisas desconhecidas.
A luz aos poucos foi sumindo junto com meu medo, a única coisa que me tomava era o desespero e a solidão, eu ainda estava deitada lá chorando sem parar, minha garganta começou a doer de tanto soluçar e meu tremia com as janelas abertas, puxei o cobertor para mim e continuei a chorar. A única coisa que eu podia fazer era rezar pelo meu irmão, pois meus pais haviam sumido e eu tinha esperanças que ainda estavam vivos em algum lugar e que voltariam para casa.
Aquele calor e tristeza só aumentaram o meu sono e logo apaguei mesmo o dia tendo raiado e todas as coisas parecerem normais outra vez.

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