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domingo, 28 de novembro de 2010

8. Férias
Abro os olhos e apenas uma palavra vem em minha mente.
Férias.
Novamente férias.
Os meses se passaram tão depressa! Em um piscar de olhos já estávamos em Julho.
Meu Deus! Será que o resto do ano passaria assim, tão... Depressa?!
Seriam logos trinta dias! Seriam longos trinta dias sem vê-lo. Como eu poderia aguentar?
Tentei dissipar esse pensamento de minha mente, não queria pensar em Léo, na verdade o que eu mais queria era tirá-lo de dentro dela.
Com um suspiro eu me levanto da cama e me dirijo ao banheiro.
Antes de fechar a porta novamente me vem o rosto de Léo em minha cabeça.
Ele não iria sair de lá?
***
Novamente em frente ao computador!
Lógico! O que haveria mais para se fazer?
Como eu gostaria que ele entrasse online... Como eu gostaria!
Ai Deus! Como eu gostava de... Sofrer! Era essa a palavra: Sofrer!
— Kathe! – ouvi um grito, me assustando e me tirando de meus pensamentos.
Era Coraline.
Sorri, minha gêmea trazia boas notícias. Não esperou nem eu abrir o portão para contá-las.
— Mana! Você não acredita! Eu vou me muda esse final de semana! – ela fala quase sem fôlego.
— Sério? Tipo... É sério mesmo?! – eu pergunto sem fôlego e começo a dar saltos na rua de tanta empolgação, Coraline também começa a saltitar. Ficamos ali, saltitando no meio da rua, as loucas.
— Sério? – pergunto novamente, a ficha não queria cair.
— É... Só falta pintar e ligar a energia. – ela fala com um sorriso, enquanto o meu se esvai.
— Então, você não se muda até o final de semana!
— Acho que eu me mudo sim! Meus pais já estão até levando as coisas da minha casa para esta. – Coraline disse sem se abalar.
— É vou tentar ter esperanças! – eu digo e sorriu. – Quem sabe se até o final da semana você não se muda, né?
Ela apenas assentiu, ainda com um sorriso no rosto.
— Entre! – eu lhe falo.
— Novidades? Tipo... O Léo...? – ela me sonda.
— Quem dera! – eu digo sussurrando.
— Oh! Quem sabe ele não entra hoje? – ela diz sussurrando também.
— E do que vai adiantar? Eu não tenho coragem de falar com ele!
— Mas, eu tenho! – ela dá um sorriso malicioso.
— Nem pense nisso! – eu gritei.
— Katherine? O que foi? – pergunta minha avó lá da cozinha.
— Nada. – eu falo para ela e depois com Coraline. – Tá vendo o que você fez?
— Mas, eu não fiz nada! Eu sou uma santa! Foi você que grito.
— Só se for santa do “pau oco”. – eu falo e ela me da às costas, indo em direção à cozinha para cumprimentar minha mãe e meus avós.
 — Oi, Line! – fala minha avó.
— Oi, Ma! – ela responde e depois cumprimenta meu avô e minha mãe.
Mamãe estava de saída, ia para o cabeleireiro.
— Tchau. – eu falei.
— Tchau filha, tchau Line!
Assim que ela saiu, fomos direto para o notebook, ele já estava ligado, pois eu o estava usando.
Depois de horas na frente dele – falando com nossos amigos e escrevendo nossa história – nós fomos assistir a um filme, claro que comendo pipoca de manteiga.
O filme era uma comédia, nós não havíamos mais assistido a nada que fosse de terror ou suspense.
— Line, que tal nós colocarmos um filme de terror depois? – eu lhe pergunto, olhando atentamente a sua expressão.
— Terror? – a sua expressão estava à mesma.
— Sim.
— Por mim tudo bem! – ela sorriu. – Nunca tivemos medo, não é agora que vamos ter só porque...
 — É eu sei qual é o porquê, Line! Não precisa me lembrar!
— Desculpe. – ela murmurou e depois sussurrou. – Nunca mais aconteceu com você, né?
— Nunca. – não precisava perguntar para ela se havia acontecido com ela, pois eu sabia a resposta, não. O demônio não iria assombrá-la somente. Ia assombrar Duda e eu também. Nós três estávamos unidas.
Após uns trinta minutos o filme acabou então eu pus outro, um de terror, como havia dito que colocaria.
 Depois dos trailers, o filme começou.
***
Como havíamos rido Coraline e eu neste filme. Era totalmente ridículo!
— O cara morreu decapitado! Meu Deus! Você viu a cor do sangue! Era molho de tomate... Nem tentaram esconder que era molho de tomate. – Coraline riu e eu a acompanhei.
— Você tá bem? – ela me perguntou, pois eu não parara de rir até àquela hora.
— S... Sim! – eu disse em meio a risadas.
— Ai mana!
Ri mais ainda e Line também não conseguiu aguentar, caiu na gargalhada! Ficamos lá, só rindo por vários minutos, até que o som do meu MSN tocou, anunciando que uma pessoa entrara online e, essa pessoa era...
***
A pessoa que havia entrado não havia sido o Léo, mas sim minha amiga Rafaela!
Estava morrendo de saudades dela! Ela havia saído do meu colégio esse ano, mas não havíamos perdido o contato.
Comecei a falar com ela.
Ficamos falando por volta de duas horas – conversando sobre o seu colégio, o meu, as novidades, entre outras coisas.
Depois a pessoa que eu tanto esperava entrou, trazendo esperança a meu coração e, principalmente muito amor!
                                            ***
— Fala com ele! – falava Coraline.
— Não! E nem pense em falar com ele! – eu a alertei, assassinando-a com o olhar.
— Ah! Vamos! Deixe de ser tão... Camiseta! – só nós sabíamos o que significava.
— Não!
— Não me obrigue...
— Nem termine essa frase! – eu a avisei. – Eu não estou bem hoje! Se você tentar falar com ele, eu te mato! Ouviu bem?! Mato! – eu a ameacei.
— Tá, se acalma! Eu não quero perder a cabeça como o homem do filme! – ela fala me lembrando do filme e sem conseguir aguentar eu começo a rir.
Ela aproveita essa deixa para tirar o computador de mim e falar com ele.
Kathe: Oi, fofo!
Léo: Oi... Kathe?
Kathe: Não... É a Coraline. Td bem?
Léo: Sim... =D... E vc?
Kathe: Eu to Ótima! Peraí que a Kathe tá aqui... Ela tá debaixo da mesa... Se escondendo de alguma coisa.
Léo: Ela tá lendo?
Kathe: Tá.
Léo: Droga! :@
Rapidamente tirei o computador dela e a fuzilei com os olhos.
Kathe: Oi... Léo, é a Kathe.
Léo: Oi.
Kathe: Temos que ir. Bjs. Xau.
Léo: Pq?
Kathe: Temos que... Jantar!
Léo: Às cinco da tarde?
Kathe: É, às cinco.
Léo: - -‘
Kathe: ;* Xau
Léo: Tá... Xau Kathe, Xau Coraline! Bjs.
Pus-me como invisível no MSN e depois comecei a bater em Coraline!
— Ai, ai! – ela reclamava e tentava me empurrar, mas a minha raiva era grande demais!
— Eu falei que eu ia te matar! Eu avisei! – eu gritei.
— Ai!
Minhas forças acabaram e eu parei, apenas por um segundo e, depois continuei.
— Ai! Kathe, para!
— Por que eu deveria? – eu pergunto, a raiva me domava.
— Por que eu sou a sua Gêmea! E também por que estamos com a web ligada com o Léo!
— O que? – eu paro de bater nela.
— Eu liguei a web!
— Mas, como? Não teve tempo!
— Bem, enquanto você me espancava eu tive sim!
Eu olhei para o computador, temendo-o.
Léo me olhava com os olhos divertidos e com um sorriso na cara.
Isso só me deu mais força para continuar a bater em Coraline.
Os risos de Léo agora eram altos.
— Gêmea! Acalme-se! – falou Line, segurando meus pulsos, um erro, pois meus pés ainda continuavam soltos, então ao invés de dar socos nela, eu a chutei.
— Kathe... Acho melhor você parar! Vai mata ela! – disse Léo aos risos.
— Acho melhor você tirar esse maldito sorriso da cara! Você vai ser o próximo! – eu avisei.
— Calma! – falaram os dois em uníssono.
Eu suspirei e deixei Coraline livre.
— Valeu por parar de me espancar!
— Quieta!
— Jantar, né Kathe? – diz Léo.
Agora não tinha mais jeito, eu teria que contar tudo, todos os meus sentimentos... A não ser...
— Tchau Léo!
— Como assim Tchau?
Desliguei a web e, o bloqueei no MSN.
— Satisfeita? – eu pergunto para Line.
Ela nada responde, sabendo que era uma pergunta retórica.
***
Na semana seguinte Coraline já se mudava para a nova casa, assim ficávamos todos os dias juntas, apenas nos divertindo.
Tentava não pensar no incidente com Léo, embora provavelmente eu tivesse que enfrentá-lo no primeiro dia de agosto, quando nossas aulas recomeçariam.
Na segunda semana eu fui viajar com minha mãe e com Carlos, o namorado dela.
Carlos era bem legal, e talvez eles se casem no ano que vem.
Eu não iria deixar a casa de meus avós, eu ia continuar morando lá. Só passaria os finais de semana na casa de mamãe.
Durante o caminho não pude deixar de imaginar o que haveria entre aquelas matas tão fechadas. O que estaria me observando lá, agora mesmo?
Fiquei a viagem inteira pensando nisso, quando passávamos por placas em uma velocidade razoável, parecia que elas viravam pessoas, pessoas que me observavam.
Mas, depois de cinco horas de viagem chegamos ao nosso destino: Uma das praias do litoral norte, em São Paulo.
Eu adorava o sol, o calor e... O mar! Como eu amava o mar!
Não dava para vê-lo muito bem, pois estava à noite.
***
No dia seguinte eu fui à praia.
Estava ansiosa para entrar no mar! Fiquei apressando Carlos e mamãe, até que finalmente eles se levantaram. Mamãe resolveu não entrar na água, eu devia ter feito o mesmo, pois depois de poucos minutos após a minha entrada, o mar me derrubou, me fazendo engolir a sua água salgada.
***
Eu entrara na piscina do hotel, após me livrar de toda a areia.
Lá eu fiquei durante muito tempo, me agitando na água.
***
Nas duas outras semanas eu havia ficado novamente com Coraline. Sempre juntas, afinal éramos gêmeas.
***
As férias passaram-se voando.
Depois de trinta dias, agora eu me encontrava na porta de minha sala.
Uma pessoa me esperava em minha carteira, uma não, duas.
A primeira era totalmente desconhecida, a outra era meu Léo.
Se é que eu pudesse chamá-lo de meu!
Com um suspiro entro, preparando-me para o que me aguardava.

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